Escute, há passos vindo do infinito
Pisando largamente as estrelas do céu e do mar
Desmontando uma canção em meus ouvidos
Fazendo meu olho chorar
Há tempos me pus surda
Por isso não enxergo quem chega de lá
Por isso não vejo o vento
Desenlaçando nossos corpos no ar
Minha boca, de tanto escutar e ver, ficou doente
Fala a língua do pê
Mas não traduz meus sentimentos
Minha boca é muda e meu coração pequeno
Por isso poemo, ao sentir os passos de quem vem do mar
Por isso pranteio, ao ver meu amor passar
Ana Flávia Rocha