sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Dose diária




Preciso da minha dose diária de você.
Dê-me logo!
me ligue, me olhe, me toque, me beije...
Não se esqueça de trazer seu cheiro, sua presença e seu sorriso.
Traga-me logo o meu paraíso.

 
 Paulo M. Chapa


terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Absinto muito



Absinto muito
mais que precisa
absorto
absorvo
morto
recorro
absurdo
abismo
do sentir
me absolvo
me absinto
minto

Paulo M. Chapa

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Aquiblues


aqui blues um doido
homem-bomba de cores, sentimentos, paixões
aqui jazz um bêbado
equilibrista de copos
na corda-bamba do samba
ali rock um santo
de vez enquanto um pranto
ajuda a alumiar os ói
fui acolaz...
se brincar volto jazz

Paulo M. Chapa


sábado, 22 de fevereiro de 2014

Óculos....


Levei meus óculos para passear
Achando que assim iria enxergar
Mas para minha surpresa
O que realmente precisava 
Era fechar os olhos e confiar....

Ana Barros

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Desabafo


Estamos perdidos! Abandonados de nós mesmos!

Vivemos hoje em um mundo onde as pessoas não sabem mais o real “valor” que tem. Hoje é difícil se reconhecer nesse emaranhado de informações e exigências sociais.

A nossa “utilidade” foi reduzida a mero saber técnico, tornando difícil as coisas fazerem sentido.  Não somos meramente técnicos,  somos um conjunto de capacidades e sentimentos. E esse saber intuitivo não é reconhecido pela lógica capitalista, que transformou a muito tempo o saber e o ser em um produto, em um valor monetário.

Tenho tido muita dificuldade em ter que me enquadrar dentro das exigências pouco humanas do mercado, que prega uma competição e exige que todos sejamos “os melhores”.  Como ser “melhor” que o outro? Ninguém é melhor que ninguém! Somos complemento!!!! E todos temos algo com o que complementar! Já diziam por ai que nesse mundo nada se cria tudo se copia, se complementa....  se movimenta!!!

Ando desiludida, pois vejo hoje no mundo uma dificuldade e falta de capacidade de enxergar no outro qualidades e competências. As pessoas hoje se valem de um julgamento pouco justo para com o próximo,  pedem mais do que oferecem,   rotulam, caem em clichês, cobram uma quantidade surreal de competências, o que é humanamente impossível de se ter e de ser,  mas humanamente possível de se construir se começarmos a pensar de forma realmente coletiva.  O meu pouco somado ao pouco do outro forma um inteiro!

Mas num mundo tão moderno e tecnológico percebo a dificuldade que todos tem em estabelecer contatos e vínculos reais. Não que eles não aconteçam, mas estão mais difíceis a cada ano que passa.  Barreiras e abismos imateriais foram construídos e comprados por nós.

Claro que existem iniciativas e pessoas que compartilham desse pensamento, e é isso que ainda me da esperança!

Ana Barros