Estamos perdidos! Abandonados de nós mesmos!
Vivemos hoje em um mundo onde as pessoas não sabem mais o
real “valor” que tem. Hoje é difícil se reconhecer nesse emaranhado de
informações e exigências sociais.
A nossa “utilidade” foi reduzida a mero saber técnico,
tornando difícil as coisas fazerem sentido.
Não somos meramente técnicos,
somos um conjunto de capacidades e sentimentos. E esse saber intuitivo
não é reconhecido pela lógica capitalista, que transformou a muito tempo o
saber e o ser em um produto, em um valor monetário.
Tenho tido muita dificuldade em ter que me enquadrar dentro
das exigências pouco humanas do mercado, que prega uma competição e exige que
todos sejamos “os melhores”. Como ser “melhor”
que o outro? Ninguém é melhor que ninguém! Somos complemento!!!! E todos temos
algo com o que complementar! Já diziam por ai que nesse mundo nada se cria tudo
se copia, se complementa.... se
movimenta!!!
Ando desiludida, pois vejo hoje no mundo uma dificuldade e falta
de capacidade de enxergar no outro qualidades e competências. As pessoas hoje
se valem de um julgamento pouco justo para com o próximo, pedem mais do que oferecem, rotulam, caem em clichês, cobram uma
quantidade surreal de competências, o que é humanamente impossível de se ter e
de ser, mas humanamente possível de se
construir se começarmos a pensar de forma realmente coletiva. O meu pouco somado ao pouco do outro forma um
inteiro!
Mas num mundo tão moderno e tecnológico percebo a
dificuldade que todos tem em estabelecer contatos e vínculos reais. Não que
eles não aconteçam, mas estão mais difíceis a cada ano que passa. Barreiras e abismos imateriais foram
construídos e comprados por nós.
Claro que existem iniciativas e pessoas que compartilham
desse pensamento, e é isso que ainda me da esperança!
Ana Barros