quinta-feira, 24 de julho de 2014

No meio do caminho, há um jardim partido...

Sobre meus pés a terra batida
Por tanto tempo prometida
De amores que nunca virão

Em minhas mãos um alvoroço
Contas de desgosto
Destroçado coração

Sou lavrador carente
Alma dolente
Escondida emoção

Sou lavrado inútil
Meu respirar fútil
Ar sem pulmão

Meu jardim sem flores...
...aonde fostes?

Minha saúde enterrada
Minha vida salgada
Meu labor em vão

Ana Flávia Rocha

terça-feira, 15 de julho de 2014

Poema Etílico

Esse nó
Essa dança travada na garganta
Esse descompasso no peito
Esse gingado quente que amolece a pança
Esse sacolejo sem jeito
Essa musica que balança

Esse ser
Esse estar, 
Esse mal-estar
Esse doce
Esse azedo
Esse abismo
Essa visão do nada
Esse desconforto que não acaba

Essa palavra não dita
Esse pensamento indizível
Essa dor maldita
Esse amor invisível
Essa falsa vida
Essa lógica invencível

De memórias de alegria roubada
Barco náufrago, pedaços jogados
Meu quebra cabeça sem lógica
Minha alma num copo de vodca

Ana Flávia Rocha