Eu sou amador, faço só por amor
Antes que a gula me angula, não preciso ler a bula para
burlar
É só seguir e tocar, tocar, tocar
As vezes mente
As vezes torpor
Convivo com os meus demônios acorrentados
Posso tenta-los
Sou sete
sete pecados, noves fora zera
ligado que nem coruja mental 220 volts
mas não me chame pra briga
disparo contra meu estômago em luta fratricida
em guerra sempre antropofagicamente
mente de galho em galho
mentindo a esmo na quaresma de mim mesmo
a primeira página da resma é a entrada para o seu labirinto
das letras
são sete vergonhas tímidas do gato
distrações voluntárias
inventando auto dores e altos calores
pintando matisse
rezando Rimbaud
porque sou amador
faço só por amor
a gaita chora na boca seca do beco bêbado
dilatando os sentidos
bobeando
sem medo
vestindo a camisa branca
a calça jeans rasgada
nessa moto roubada
são dianas sem freio
capacete no cotovelo,
vento, vendo, vento, vendo...sempre tem mais para o momento.