segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Eu sou amador


Eu sou amador, faço só por amor

Antes que a gula me angula, não preciso ler a bula para burlar

É só seguir e tocar, tocar, tocar

As vezes  mente

As vezes torpor

Convivo com os meus demônios acorrentados

Posso tenta-los

Sou sete

sete pecados, noves fora zera

ligado que nem coruja mental 220 volts

mas não me chame pra briga

disparo contra meu estômago em luta fratricida

em guerra sempre      antropofagicamente

mente de galho em galho

mentindo a esmo na quaresma de mim mesmo

a primeira página da resma é a entrada para o seu labirinto das letras

são sete vergonhas tímidas do gato

distrações voluntárias

inventando auto dores e altos calores

pintando matisse

rezando Rimbaud

porque sou amador

faço só por amor

a gaita chora na boca seca do beco bêbado

dilatando os sentidos

 bobeando

 sem medo

vestindo a camisa branca

a calça jeans rasgada

nessa moto roubada

são dianas sem freio

capacete no cotovelo,

vento, vendo, vento, vendo...sempre tem mais para o momento.