quarta-feira, 15 de março de 2017

Coração III

Meu coração
Cada vez mais desvendado 
Insisto em me aproximar 
Devagar, com muito cuidado 

Meu coração
Porta de entrada da minha essência
Sempre quando o sinto descontrolado
Paro e nada pergunto, pois ele nada pensa

Meu coração
Mar bravio que carrego no peito
Qual bussola me orienta
Eterno convite ao caminho do meio

Ana Flávia Rocha

quinta-feira, 9 de março de 2017

Anjo de Mim

Sem te conhecer, me perco em ti olhando a mim

Como se seu corpo portasse toda minha alma 
Como se seu ser comportasse todo amor que não cabe em mim, e em ti transborda
Como se sua presença pudesse me encher de vida nova, trazendo um perdido frescor

Quem é você que comporta tão bem minhas miragens, com sua voz grave e suave?
Quem é você que  me deixa sem jeito diante da grandeza do prazer?
Quem é você que me embriaga de alegria, e me faz sonhar quando é dia?

Venha pois tudo te espera: casa, cama, poemas, sonhos e fantasias
Venha que minha pele morena anseia os seus beijos, abraços e carícias
Venha e desvenda em mim o que só em ti vejo e tanto desejo

Sem me conhecer, me perco em mim olhando a ti 

Ana Flávia Rocha

segunda-feira, 6 de março de 2017

Zeca

Amo ser quem te pariu
Amo o ser que pari
Sou-Me tu, com amor e muito respeito
Sou-te Me, livre das dores de te ter
Sou e Tu és
Para sempre parir a nós

Ana Flávia Rocha

domingo, 5 de março de 2017

Pós-carnaval

De repente algo se transformou
Com unhas grandes e fortes
Dentes brancos e afiados
Um sorriso que coloca de lado
Sentimento soterrados

De repente algo além do esperado
Nasce das entranhas vazia
Uma onda que devasta todo o plano traçado
Lembranças de imaginadas fantasias
Jogadas no canto do quarto

Eram por nós 
Tambores desejados
Purpurina espalhada
Fantasias criadas
Carnaval imaginado

E mesmo sozinha
Pulando ao seu lado

Ana Flávia Rocha

sexta-feira, 3 de março de 2017

Coração Poeta

Meu coração
Viciado em sofreguidão
Vive a beira do abismo
Clama por quem não conhece
Temendo o rasgo da solidão

Minha razão
Viciada em explicação
Espera um dia loucamente
Adoecer de calmaria
E morrer de mansidão

Meu coração
Cavalo sem sela

Minha razão
Pobre poeta


Ana Flávia Rocha