terça-feira, 5 de março de 2013

Ah deus...


Carrego em mim uma alma dilacerada
E um corpo cortejado
Um sentimento machucado
E os seios fartos
Uma angustia em meu peito
E os quadris largos
Carrego culpas e anseios
E entre as pernas, um pulsar desenfreado
Ah deus, o que faço com a vastidão da alma?
O que faço com meu corpo animalesco?
O que faço com os grilhões do pensamento?
Onde coloco meus seios?
Onde sento meus quadris?
Onde enrosco minhas pernas?
Que tamanha ironia é a finitude da vida
Que pulsa em minhas entranhas
Se alastra em meus delírios
Se transforma em desejos
E que me faz dormir sozinha, sentindo somente o meu cheiro...

Ana Flávia Rocha

4 comentários:

  1. Bárbaro! Trágico, no entanto sensível, dramas e sutilezas, co‘habitam o mesmo universo, este ambiente poético que leva-nos a refletir sobre o aqui agora da vida!

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  2. Viu só!!! Segui sua sugestão de trocar alguns vícios por poesias.
    Beijos e obrigada

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