sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Sépia

Esse afeto
Fala de coisas que desconheço
Por que desejo o que odeio?
Por que amo o que dilacera?
Qual o sentido da trama
Que me lança nessa dor?

A onda, por mais forte que arrebente
Não alcança o topo da montanha
Que guarda em si o inconfessável domínio
Do corpo que nunca se desprende
Do que no mar nunca se encontra

A onda que se lança
A montanha que se sustenta
O desejo que se sente
Dupla face da façanha
De ser gente simplesmente

Ana Flávia Rocha

Um comentário:

  1. espelho de nossa humanidade, ou desumanizacao. Ser gente e mais complicado do que imaginamos, mas possivel...

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