terça-feira, 14 de agosto de 2012

Às vezes...

Às vezes ele não entende que meus desejos são urgentes
Bastando poucos minutos de ternura para que eu me desfaleça
Nos longos braços que arrematam meu corpo frágil
Às vezes ele não entende que meu corpo só o deseja
Que pouco importa o que ele pense, pois o torno sempre atraente
Quando meus desejos estão úmidos e latentes.
Às vezes ele não percebe que finjo escutá-lo com atenção
Que empresto meu olhar, meus gestos e pensar...
Mas que no fundo fico somente a imaginar
O seu corpo ardente, sua boca quente, suas mãos ligeiras e meus desejos repletos de anseios.
Às vezes ele não vê o quão importante para mim são os pequenos momentos de prazer
Mesmo que rápidos e monossilábicos, mas intensos no satisfazer.
E no meio do caminhar amigo ele me convida a saciar
Minha fome que não tem nome, com uma pipoca doce e salgada
Que, apesar de desejada, me faz crer que talvez a melhor comida
Seja sempre a imaginada...


 

Ana Flávia Rocha

Um comentário:

  1. Oi Flávia,

    Poema tão bacana, jeito sublime para alertar os desatentos...

    Ótima quarta-feira para você!

    ResponderExcluir