sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Poema Rabugento

Sou do poema escrito, musicado e cantado
Do choro com lágrimas pesadas
Soluços suspensos
Suspiros infundados

Sou da agonia e da raiva
Coração em estilhaço, com batidas aceleradas
Ora imperfeitas
Ora paradas

Sou do sonho, dormindo ou acordada
Da fantasia guiada
Não largo um poema na estrada
Não deixo um desgosto de lado

Sou velha e sombria
Rabugenta e nojenta
Imito os ancestrais ausentes
Nego os pais presentes

Sou o que desconheço
O que não vejo
O que não quero
Mas sou

Ana Flávia Rocha



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