sábado, 22 de setembro de 2012

Cacos

Não me queira, não te farei bem
Destilo raiva e rancor
E meu poder de sedução, amor, é só uma armadilha...
Não me queira, estou machucada
E meu processo de cura, se é que há, talvez seja eterno
Mas pode ser que um dia, talvez....
Hoje não consigo amar além da poesia
E meus gozos são solitários
Não me queira, não sou de ninguém
De quem sou?
Da minha imaginação, que me leva a ser rainha e rata

Tirana e princesa, bruxa e mulher...
Amor, só há uma certeza dentro de mim
De tão alijada de meu destino, me tornei alheia ao meu caminho
Por isso, não me queira
Pois hoje trilho uma estrada cheia de cacos

Pedaços largados que precisam ser...
...algo que desconheço, mas que precisam ser....

Ana Flávia Rocha

2 comentários:

  1. Quando Ana dá a Ana a mão
    formando uma tiara de mil
    por menor que seja cada uma
    tão forte aliança não se viu

    por menores os estilhaços
    e mais finos seus pedaços
    esses elos, reconstruídos
    formarão o vitral de origem:
    de amores incorrespondidos
    de febres e paixões vidrantes,
    Ana renasce tal como antes
    sem ser nunca do mesmo vidro

    mulheres são cacos do belo

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    1. Ana renasce e, num delirio,
      deixa pra trás seus vícios

      homens para ela, ainda seres desconhecidos...

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