quarta-feira, 14 de novembro de 2012

O tempo e o vento

De mim, criei uma memória estática e idealizada
Morri no passado, me abstraí no futuro
Doeu: mergulhei em outro mundo
Temi a morte, temi a vida
Neguei meu corpo e meus desejos
Neguei a mim e me desfiz...
Foi preciso tempo
Para me reinventar
Reinventar-me é tempo
Sou no tempo
Um instante, um momento, um movimento
Um sentir misterioso, um medo dispendioso, um caos doloroso
Uma tragédia silenciosa e solitária
Trafego nesse tempo que não se importa com a memória
A vida é e está sendo
E eu, no vento...

Ana Flávia Rocha

2 comentários: