segunda-feira, 9 de julho de 2012

sem título

Quando resolvi ser honesta comigo
Senti um nó no estômago
Não sabia que carregava dentro
O que fora me oprimia
E os sentimentos julgados importantes
Foram perdendo força, cor, luz e vida


Quando resolvi ser honesta comigo
Abri meus olhos num breu profundo
As vozes se calaram subitamente
Dando espaço ao profano abraço

Dos desejos oprimidos
Entre deus e o diabo.



Ana Flávia Rocha

Um comentário:

  1. Ana Flávia,

    Gostei da força deste poema cicatriz, que causa ruído e dá um aperto no estômago mesmo, porque esta escolha de ser leal a si mesmo é um permanente desafio de nos dar sentido. Este sentido está nos deuses e nos diabos que nos habitam em cada escolha, em cada passo, em cada sopro numa luta insana e sana do corpo-alma. Adorei os versos: "Abri meus olhos num breu profundo / As vozes se calaram subitamente. Talvez seja isso mesmo, é na sombra que temos a dimensão da nossa luz.
    Um grande abraço entre as deusas e os diabos tão humanos que somos.
    Célia

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