sexta-feira, 13 de julho de 2012

Desmesuras

Não tente compreender minhas desmesuras
São desmesuras desmesuradamente itinerantes
Mostrando-me que tudo que sinto é pura ilusão
Minhas desmesuras não tem nome
Não tem parâmetro e nem cor
Não tem começo e nem fim
E geralmente são destituídas de rancor
São acompanhadas de sentimentos grandiosos
Mesmo que depois se apequenem
Diante do quase nada que significou
Minhas desmesuras não pedem licença
São feitas de pequenas urgências
Aparecem do nada e me levam a lugares inexistentes
Não tente compreender minhas desmesuras
Mas saiba que elas acabam por desmentir
Tudo aquilo que julgo sentir


Ana Flávia Rocha

3 comentários:

  1. Tudo o que eu sei de cór:
    nomes de coisas e pronomes;
    nada vale um segundo de gozo.
    Porém, desgraça do meu prazer,
    são esses apelidos pobres,
    ruídos da ginástica do real,
    esses apelidos empobrecidos,
    são a lembrança de que existimos
    e fruimos!

    PS: teu poema me inspirou, Ana. Obrigado! Bom fim de semana.

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