Digo-lhes que não há nada no
mundo externo que não esteja ligado ao meu mistério. Minhas conexões vão além
do simples entender racional. Há uma sábia bruxa que os lê para mim. Sei
que a cada passo que dou é de encontro à minha alma. Por vezes relutei, mas sua
voz rouca e engasgada não deixava de roçar meus ouvidos... E meus mistérios me
levaram a estradas distantes do concreto. Por vezes, queria acreditar estar
sendo enganada, mas não... A velha me contou que para encontrar os aspectos sombrios
é necessário sair um pouco do caminho. Saída estratégica para reconhecimento da
força primeva. Saí, mas retornei. Não sou vitima de nada, apenas constelei o que
dentro havia, para me libertar e criar poesias.
Ana Flávia Rocha




